Mãe aos 68 anos, atriz espanhola é criticada no mundo inteiro. Veja porque ela foi arrasada nas redes
Publicado em:
30/03/2023
O que é barriga de aluguel?
A atriz espanhola Ana Obregón, usou “barriga de aluguel” para conseguir ser mãe aos 68 anos.
A barriga de aluguel, ou “barriga solidária”, é um procedimento que permite que mulheres que não podem engravidar, utilizem uma “voluntária” na qual é colocado um embrião
Esse embrião é transferido para o útero da outra mulher “voluntária”, que conduz a gravidez por nove meses e tem o parto. Após o nascimento da criança, ela é entregue aos pais.
Só que esta “voluntária” é paga e toda o processo pode custar entre 600 mil e 1 milhão de reais.
Por que Ana Obregón quis ser mãe aos 68 anos
A artista perdeu o filho, Álex Lequio, de 27 anos, que lutava contra câncer, “Sarcoma de Ewing”, bastante raro que se forma nos ossos e nos tecidos.
Alex era conhecido como uma pessoa alegre, engraçada, voltado para a família. Durante o período da doença Ana priorizou e filho, cancelando inúmeros compromissos profissionais.
Nada pode se comparar à dor de uma mãe que perde um filho jovem.
Mas as perdas de Ana se acumularam. O filho em 2020, A mãe em 2021 e o pai em 2022.
Então. aos 68 anos ela quis ser mãe para preencher o vazio deixado por suas perdas.
Nas redes sociais ela declarou: “Nunca mais estarei só“.
E concluiu: “Voltei a viver”.
As críticas que Ana Obregón vem sofrendo
Nas redes sociais, a atriz foi muito criticada por diversos motivos.
O primeiro é a idade de Ana, 68 anos. Os críticos têm dito que a frase “nunca mais ficarei sozinha” vale para ela, mas o mesmo não acontecerá com a filha. Quando a filha estiver com 20 anos, Ana terá 88 anos.
Houve também quem perguntasse por que Ana não buscou uma adoção. Mas, na Espanha, isto não seria possível. Somente pais entre 25 e 45 anos podem fazer uma adoção.
Uma última crítica veio da Ministra de Igualdade, Irene Montero. Numa entrevista explicou que a prática de barriga de aluguel é ilegal na Espanha e que isso é considerado “uma forma de violência contra as mulheres”. Ela discorda que mulheres mais pobres aluguem seus corpos para dar um filho a outras, com mais recursos.
Ana teve que fazer todo o processo em Miami, Estados Unidos.
Houveram outras críticas mais fortes:
“Aberrante“
“Repugnante”
“Comprou um bebé“,
A vida imita a arte, e no Brasil nós já tivemos uma novela chamada “Barriga de Aluguel”
Em 1990 foi ao ar a novela “Barriga de Aluguel”, de Glória Perez. Na trama, Ana (Cassia Kis) e Zeca (Victor Fasano) têm um casamento perfeito, exceto pelo fato de não conseguirem ter filhos. Pagam, então, à jovem Clara (Cláudia Abreu) para ser a mãe de aluguel. Clara e uma moça pobre, que enxerga na proposta uma oportunidade de melhorar de vida. esta decisão é mantida em segredo de parentes e amigos.
Clara vê sua vida se transformar depois que seu segredo é revelado. A relação entre Clara e Ana se complica na medida que a gravidez evolui. E depois do nascimento, as duas passam a brigar pelo direito à maternidade.
A questão chega ao público, e todos começam a questionar: quem é a verdadeira mãe: a dona do óvulo ou a dona do útero? Esta briga vai parar na justiça, este dilema paralisou o Brasil na época.
No primeiro julgamento a vitória pela guarda do menino é de Clara. Mas Ana recorre à instância superior, e no segundo julgamento é reconhecida como a verdadeira mãe. por ser mãe biológica.
Como uma novela deve sempre ter o final feliz, a última cena mostra Ana e Clara andando juntas com o menino numa praia.
E cena revela que, seja qual for o veredito final, as duas chegaram a um entendimento e saberão compartilhar a maternidade
Conclusão e uma pergunta
As razões da espanhola Ana Obregón são fáceis de entender e as críticas são todas bem lógicas.
Da mesma forma que a novela terminou sem sabermos qual foi a decisão do juiz, aqui também nós nunca saberemos quem está cero, se os críticos ou Ana Obregón.
É óbvio que a atriz não soube lidar com a solidão. Mas, com certeza, esta criança vai ser criada e muito amada e amparada pelo tempo que for possível.
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