Cantora denúncia abuso sexual infantil na Ilha de Marajó
Publicado em:
23/02/2024
A Ilha de Marajó, localizada no norte do Estado do Pará, voltou às manchetes nacionais e internacionais por um motivo bastante triste: a exploração sexual infantil.
Abuso sexual infantil
O caso veio novamente à tona no último dia 16 de Fevereiro, quando, durante o Dom Reality, concurso de música gospel, a cantora Aymee chamou a atenção dos jurados. Talentosa, ela se destacou na competição não apenas pelo seu talento vocal e habilidade no violão, mas também por seu dom como compositora.
A jovem surpreendeu com a letra que escreveu para se apresentar na competição. Com a música Evangelho de Fariseus, a menina trouxe para repercussão nacional um tema que assombra a Ilha de Marajó há anos, que é a exploração sexual de crianças e adolescentes, além das inúmeras desigualdades socioeconômicas.
“Ah, enquanto isso, no Marajó
O João desapareceu
Esperando os ceifeiros da grande seara”.
diz parte da canção, fazendo uma alusão às crianças e jovens que são submetidos aos atos criminosos ocorridos no local.
Em outro trecho Aymeê fala que fechamos nossos olhos, tapamos nossos ouvidos e calamos nossa boca, ignorando o sofrimento das crianças de Marajo:
“Oramos errado há séculos
Dias, horas e anos
Nos afastamos”.
Sem medo de denunciar a criminalidade, ao ser questionada sobre o que há por trás de sua composição, a jovem entregou um relato fortíssimo, onde revelou inclusive, a prática de tráfico de órgãos.
“Marajó é uma ilha há alguns minutos de Belém, minha terra. E lá, as crianças, lá tem muito tráfico de órgãos, lá é normal. Lá tem pedofilia em nível ‘hard’ e as crianças com 5 anos, quando ela veem um barco vindo de fora com turistas, Marajó é muito turística e as famílias lá são muito carentes, as criancinhas saem em uma canoa, 6,7 anos, e elas se prostituem dentro do barco por cinco reais”.
Famosos se revoltam
Após a música e o relato de Aymee viralizarem nas redes sociais, famosos se pronunciaram sobre o assunto, exigindo que políticos e autoridades intervenham para que os moradores da ilha, principalmente aqueles que são vítimas de abuso tenham um desfecho diferente para suas histórias.
A cantora Joelma, foi uma das primeiras a se manifestarem. Chamando a situação de “repugnante”, a ex-vocalista da banda Calypso escreveu:
“Infelizmente a realidade da Ilha do Marajó, é triste, repugnante e absurda. Lá existe o menor Índice de Desenvolvimento Humano e há um grande esquema de tráfico humano e exploração sexual infantil. Precisamos dar luz a essa causa, clamar aos políticos, autoridades e órgãos públicos ações e respostas urgentes.”
Outros nomes como o cantor MC Daniel, a influenciadora GKay, a atriz Thayla Ayala e as BBB´s Rafa Kalimann e Juliette também expressaram sua indignação com o caso.
A influenciadora e empresária Virgínia Fonseca, que recentemente descobriu estar grávida de um menino, também usou sua conta no Instagram para comentar o caso. A esposa do cantor Zé Felipe chegou a divulgar uma postagem com uma chave pix para doações.
Caso antigo
Embora tenha voltado aos olhos do público apenas em 2024, esses problemas na ilha de Marajó vieram à tona pela primeira vez em 2006. Na época, a Comissão de Direitos Humanos abriu uma investigação sobre possíveis abusos sexuais infantis ocorridos no local.
Naquele momento, foi revelado que, além dos crimes sexuais, crianças eram levadas para Belém e Guiana Francesa por aliciadores, sendo alguns deles, inclusive, políticos locais.
Que a justiça seja feita e que todas as crianças deste país tenham seus corpos e seus direitos respeitados!
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