Exploração sexual de crianças em Marajó: Tentaram impedir reportagem de Roberto Cabrini para o Domingo Espetacular
Publicado em:
25/02/2024
A cantora Aymeê, num festival Gospel, denunciou o abuso sexual de crianças na ilha de Marajó e a repercussão foi enorme.
Agora foi a vez de Roberto Cabrini ir à Marajó fazer reportagem para o Domingo Espetacular.
Peitaram Cabrini?
Depois que a Aimeê se apresentou em Niteroi, no festival de música Gospel, cantando a música Evangelho de Fariseus, o assunto da exploração sexual das crianças de Marajó começou a ser discutido em todo o Brasil.
O Record não perdeu tempo e escalou Roberto Cabrini para realizar a reportagem que vai ao ar neste domingo.
Cabrini é um repórter experiente que já rodou o mundo fazendo todo tipo de matérias, incluindo guerras.
Assim, não tem medo de conflitos. Quando uma autoridade local tentou impedir a reportagem, Cabrini reagiu e foi em frente. O programa será exibido neste domingo 25/02 às 19:45 hrs.
Tentativa de intimidação
Um dos assuntos mais vistos nas redes sociais é a tentativa de impedir Cabrini de fazer a reportagem sobre exploração de crianças.
No diálogo com um homem identificado como autoridade, a tentativa de impedir a reportagem não deu certo:
Cabrini – “Divulgar eu vou, porque eu sou jornalista e nada me impede”
Autoridade local – “Eu já me manifestei que as imagens deles não vão ser veiculadas”
Cabrini – “A imagem aqui é pública”
Cabrini – Eu conheço a lei tanto quanto você. Não estou aqui para te prejudicar e nem você a mim, tá? Estou fazendo o meu trabalho e você o seu, você é profissional e eu também sou”.
O jornalista Roberto Cabrini sofreu uma tentativa de intimidação durante reportagem na Ilha de Marajó, no Pará, onde investigava denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Cabrini é abordado por autoridades locais enquanto… pic.twitter.com/ltL0sOMk2B
— Gazeta Brasil (@SigaGazetaBR) February 24, 2024
O Ministério Público do Pará divulgou nota confirmando as denúncias de Aimeê:
“Apesar de ser fenômeno que atinge todos os municípios paraenses, a violência sexual acaba por ter uma maior projeção no Arquipélago do Marajó, uma vez que encontra um terreno fértil de outras violações de direitos, sobretudo, considerando que a região abriga alguns dos piores IDHs do Brasil”.
IDH significa Índice de Desenvolvimento Humano, uma medida da pobreza, alfabetização, educação, esperança de vida, e outros fatores de cada local. O IDH de Marajó, um dos piores do Brasil, é o principal motivo para a existência da exploração sexual infantil.
O que os políticos falam sobre isso?
O que disse Helder Barbalho, governador do Pará?
A família Barbalho domina a política do Pará há décadas. O atual governador é filho e neto de políticos poderosos na região.
Laércio Barbalho, avô do governador, foi deputado estadual e diretor da Imprensa Oficial do Estado. Jader Barbalho, pai de Helder, que hoje é senador, foi governador do Pará por dois mandatos.
Em vídeo divulgado depois que a bomba explodiu, o governador falou sobre as crianças de Marajó:
“As crianças de Marajó não estão abandonadas”.
Em seguida fala de garantir a elas uma infância saudável:
“Não podemos querer e trabalhar por nada menos do que garantir uma infância saudável e segura para as crianças de Marajó, para nossas crianças do Pará e para todas as crianças do Brasil”.
O governador tem toda razão ao dizer que todas as crianças do Brasil tem direito a uma infância saudável e, as crianças de Marajó vivem uma realidade diferente e muito pior, que a grande maioria das crianças do Brasil. É uma situação de emergência e, situações emergência exigem ações de emergência.
A esperança é que denúncias como a de Aymeê e reportagens como a de Cabrini, façam com que as ações de emergência aconteçam para dar às crianças de Marajó a infância saudável de que fala o governador!
Veja postagem sobre denúncia de Aymeê na Gazeta da Fama.