Diretor da Record faz acordo por assédio sexual contra a jornalista Rhiza Castro, demitida quando fez a denúncia
Publicado em:
24/10/2023
Brincadeiras no trabalho são ótimas. Mas, e quando a brincadeira vira assédio de um diretor todo poderoso?
Foi o que aconteceu com a apresentadora Rhiza Castro, da Record News, que soube reagir mas, acabou demitida.
Rhiza Castro denuncia assédio
Num vídeo publicado nas redes sociais, Rhiza explica que foi assediada ao longo de um ano inteiro por um diretor da Record News.
Cansada de rejeitar as investidas do diretor, Rhiza resolveu ir ao departamento de pessoal (DP) da empresa denunciar o que vinha ocorrendo.
O DP foi rápido na solução do problema com uma medida simples e certeira. Demitiu a apresentadora, dois dias depois da denúncia e pronto, estava resolvido o problema.
Onde já viu uma apresentadora desafiar um diretor todo poderoso?
Mas, Rhiza não deixou barato. Foi a justiça e abriu dois processos:
- Um processo trabalhista contra a empresa, por considerar a injusta a demissão e
- Um processo criminal contra o diretor, que não teve seu nome divulgado já que o processo corre em segredo de justiça.
Falando com a voz calma mas, visivelmente abalada, Rhiza apresentou os fatos:
“Oi pessoal! Hoje venho usar as redes sociais para falar de um assunto muito triste pra mim. A minha saída da empresa em que trabalhei como apresentadora em vários jornais em rede nacional”, começou Rhiza sem citar a Record.
“Eu sofri assédio sexual e retaliação por não ceder, no período de quase um ano. Quando eu já não tinha mais saúde para suportar o terror que estava vivendo, decidi denunciar o caso ao RH”, e fez muito bem, mas, devia ter feito antes, e relatou o resultado:
“Fui demitida dois dias depois da denúncia. Com isso, estou movendo um processo trabalhista contra a empresa e criminal contra esse monstro que me assediou, na maior cara de pau, sem nem se sentir inibido com a esposa trabalhando no mesmo local”, caramba, nem com a esposa trabalhando junto o “monstro” se controlou. Rhiza quer ser exemplo às mulheres assediadas:
“NÃO ACEITEM ISSO! NÃO AO ASSÉDIO!”
Rhiza ganhou o processo criminal
Segundo a jornalista Fabia Oliveira, na ação criminal, o diretor fez um acordo de transação penal, no qual o acusado aceita cumprir pena antecipada de multa ou restrição de direitos e o processo é arquivado. Ou seja, paga para não ser preso.
A jornalista procurou o advogado de Rhiza, Thiago Anastácio, que explicou como funciona:
“A Justiça criminal …. tem legislação que permite a suspensão do processo caso o acusado pague para não ser processado. E ele pagou”, disse o doutor Thiago, falando também sobre o assédio não ser aceitável:
“Fica a lição, por mais que a defesa do acusado tenha afirmado que os graves fatos que caracterizaram o assédio fossem brincadeiras aceitáveis no ambiente de trabalho, eles não são aceitáveis! Que a empresa e a sociedade em geral entendam que o que antes era uma brincadeira de homens toscos, velhacos, agora é ilícito grave”.
Doutor Thiago pegou pesado. Que os “homens toscos e velhacos” entendam que brincadeira no trabalho é ótimo, mas, assédio é crime e crime grave.
Processo trabalhista
Ainda segundo Fábia, o doutor Thiago falou sobre o processo trabalhista, desta vez contra a empresa:
“A Justiça do Trabalho afirmou, por sentença, que Rhiza sofreu assédio sexual”.
Entendemos então que, uma vez que a justiça do trabalho aceitou a reclamação de Rhiza de que sofreu assédio sexual, a demissão deverá ser revista.
Fabia diz ainda que procurou a Record e não obteve resposta.
Em seu Instagram @rhizanacozinha, onde o vídeo foi publicado, Rhiza se define como uma:
“Jornalista amante da gastronomia”
Talvez, diante da decepção com a empresa de notícias, ela inverta suas prioridades e, passe a se definir como:
” Uma mestre da culinária prática, amante do jornalismo”
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