Homofobia é permitida? Treta com Victor Meyniel mostra que tanto agressor quanto porteiro achavam sim. Ambos serão enquadrados.
Publicado em:
04/09/2023
Alguém pode ser agredido por sua opção sexual? Não pode, é crime. Mas, na treta com Victor, tanto agressor quanto o porteiro agiram como se espancar um gay fosse uma coisa natural.
O que aconteceu com Victor Meyniel?
Victor Meyniel, um ator e influenciador digital que conheceu Yuri de Moura Alexandre na porta de uma boate.
Em um clima descontraído, os dois decidiram ir para o apartamento de Yuri, onde teriam privacidade.
Um é pouco dois é bom e três é demais. Assim, com a chegada de uma amiga de Yuri, o clima mudou para pior, como contou a advogada de Victor, Maíra Fernandes.
Subitamente hostil, Yuri empurrou violentamente Victor para fora do apartamento. A agressão ocorreu porque Victor teria exposto a sexualidade de Yuri.
Já na portaria Victor, que não estava entendo o porque da mudança de atitude de Yuri perguntou:
“A gente estava ficando, pelo amor de Deus, qual o problema de a gente estar se beijando”?
Foi aí que o caldo entornou de vez. Um machão que gosta de rapazes, não vê nenhum problema nisso, mas, de jeito nenhum admite que estes seus gostos se tornem públicos,
Talvez porque a raiva subiu, talvez para evitar que continuasse falando , Yuri derrubou Victor com um sequencia de socos e bateu até que desmaiasse.
Apesar de tudo Victor está cercado de carinho e apoio e fez questão de postar nos seu Story um agradecimento.
Após agressão Yuri vai para academia
Após o ato violento, Yuri saiu para malhar e foi preso em flagrante ao retornar da academia.
Segundo a delegada Débora Rodrigues, contou que Yuri achou que era seu direito agredir Victor:
“Ele falou que bateu mesmo, não se arrependia e se achava no direito, que ele era médico e militar da Aeronáutica. Nós já investigamos, ele parece ser residente, ele não é médico ainda, e faz uma residência, mas a gente não confirmou se seria no Hospital da Aeronáutica. Agora, militar ele não é”, informou a delegada Débora,
Omissão do porteiro
Já o porteiro do prédio, identificado como Gilmar José Agostini, foi flagrado por câmeras de segurança sentado e tomando café enquanto Victor era agredido.
A delegada Débora Rodrigues, responsável pelo caso, afirmou que ele tinha o dever de pedir socorro e não poderia simplesmente ficar assistindo à agressão:
“Ele viu tudo e não fez nada. Ele não precisava se meter na briga, claro, pela integridade física dele, mas ele tinha o dever de pedir socorro”.
Homofobia é crime e crime tem punição
Ambos, o agressor e o porteiro, serão responsabilizados por suas ações.
Yuri enfrentará acusações de lesão corporal, falsidade ideológica e injúria por homofobia. O porteiro, por sua vez, foi autuado por omissão de socorro.
A sociedade deve entender que homofobia é crime e que crime tem punição. A treta com Victor Meyniel serve como um lembrete doloroso de que ainda temos um longo caminho a percorrer para garantir a segurança e os direitos de todos, independentemente de sua orientação sexual.
A delegada Débora Rodrigues contou que Yuri de Moura Alexandre saiu para malhar logo após bater em Victor Meyniel e foi preso em flagrante ao voltar da academia:
— PAN (@forumpandlr) September 4, 2023
"Ele já chegou dizendo: ‘Não toca em mim! Eu sou militar, sou médico militar! E bati mesmo. Assumo que bati. Qual é o… pic.twitter.com/HP34PqtYUb